Date: 2010/1/3
Subject: Opinião: Cursos de Treinadores
To: mauro@cbboxe.com.br
Cc: k_l_e_b_e_r@yahoo.com.br, raffgiglio@gmail.com, joelpmarques1@gmail.com
Prezado Mauro,
Não faço parte da comunidade do Boxe de maneira ativa, pois sou presidente da Federação de Triathlon do Rio de Janeiro, e nosso esporte é outro. Mas acompanho com muito interesse e procuro ajudar a quem quer que esteja se propondo a utilizar o esporte (de uma maneira generalizada), como ferramenta de integração social, melhoria de qualidade de vida, etc.
E isso é uma grande verdade em nosso País. O Esporte é um forte aliado para estas conquistas e, muitas vezes, a única forma para que muitos que se encontram em situação de risco social, consigam se projetar econômica e socialmente.
Por favor, não entenda a opinião que vou emitir a seguir, como uma forma de crítica pura e simples, mas sim na mais absoluta intenção de contribuir para o sucesso de uma modalidade consagrada mundialmente e que tem muito, mas muito mesmo, a conquistar em nosso País.
Parece-me que está existindo, por parte da Confederação, um "excesso de zelo" e uma tentativa desenfreada de manter o controle do desenvolvimento técnico do Boxe. Pode ser que seja na melhor das boas intenções, mas inegavelmente esta atitude está provocando um "ralo", um aprisionamento da capacidade criativa e empreendedora de muitos profissionais do Boxe.
Ao contrário do que me parece estar preconizando a CBB, creio que esta deveria se "aproveitar" desta predisposição por parte de diversos profissionais de capacidade comprovada, em formar novos praticantes, árbitros e técnicos em boxe.
O Jiu-Jitsu aproveita a força dos adversários para seus golpes de defesa, e acho que a CBB deveria se unir, sem grandes formalidades, a sua base de profissionais em todo o País, para a formação de uma nova geração de atletas do boxe.
É o efeito "multiplicador", que surge a partir do momento em que a CBB habilita profissionais a proferirem cursos de nível 1, 2, 3, etc. para todas as atividades inerentes à modalidade (árbitros e treinadores) e estes, por sua vez, habilitam novos profissionais, tudo em escala geométrica ou até exponencial. Com a ampliação da base de praticantes, treinadores e árbitros, teremos inequivocamente um crescimento do "mercado", para falar no inalienável enfoque econômico do assunto e, conseqüentemente, no aumento das possibilidades de descoberta de novos talentos.
Como manter o controle de qualidade ? Fique tranqüilo, pois o "mercado" se incumbe naturalmente desta tarefa... Os verdadeiros profissionais serão sempre bem reconhecidos pelo meio e os maus profissionais, aqueles que têm apenas uma visão "predatória" da atividade e que procuram se locupletar disso, serão naturalmente excluídos pelo próprio mercado. Por outro lado, a CBB poderia regularmente realizar clínicas e cursos de reciclagem e aperfeiçoamento e, logicamente, os bons profissionais teriam aí mais uma oportunidade de engrandecimento e diferenciação em relação aos demais.
Não querendo "ensinar o Padre a rezar Missa", gostaria de convidá-lo a visitar nosso site na internet, onde qualquer profissional de educação física pode ter seu nome e formas de contato divulgadas, sem a necessidade de qualquer curso específico para o Triathlon. Mas fazemos questão de destacar os cursos realizados por cada um, como forma de permitir aos iniciantes, identificarem os melhores profissionais, aqueles que mantêm uma preocupação em atualização permanente.
Com isso, os cursos estão se multiplicando e toda a base vem crescendo rapidamente.
Confie nas suas federações filiadas e nos profissionais que dela fazem parte. Una-se a todos numa grande empreitada que pode fazer a diferença para a modalidade e para nosso País.
Abraços Esperançosos,
Julio Alfaya
Presidente
(21) 2554-9340 / (21) 7833-4475