segunda-feira, 2 de março de 2009

O pugilista cubano Erislandy Lara disse, no "Esporte Espetacular de domingo" que quis voltar para Cuba e que Lula lhe ofereceu refúgio.

Pugilista diz que quis voltar para Cuba e que Lula lhe ofereceu refúgio

Publicada em 02/03/2009 às 10h19m

Fonte: O Globo - http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/03/02/pugilista-diz-que-quis-voltar-para-cuba-que-lula-lhe-ofereceu-refugio-754650084.asp
RIO - O pugilista cubano Erislandy Lara revelou, em entrevista exibida domingo pelo "Esporte Espetacular", da Rede Globo, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe deu apoio enquanto esteve no Brasil durante os Jogos Pan-americanos, no Rio, em 2007. Lara afirmou que Lula perguntou-lhe se queria ficar no país depois de ter abandonado a delegação de Cuba na competição, em companhia do seu colega Guillermo Rigondeaux.
" Ele perguntou se eu queria ficar no Brasil e eu disse que não, que ia voltar para Cuba "

- Ele (Lula) me tratou bem e me ofereceu tudo o que podia fazer. Até que voltei para Cuba. Ele perguntou se eu queria ficar no Brasil e eu disse que não, que ia voltar para Cuba - disse Lara.

Segundo reportagem de domingo do jornal "O Estado de S.Paulo", o pugilista não quis permanecer no Brasil como refugiado porque teria sido impedido pelo governo brasileiro de viajar para a Alemanha, onde fica a sede da Arena Box Promotions, que o contratou. "Nosso objetivo era ir para a Alemanha. Não nos deixaram fazer isso", disse Lara, na reportagem.

Lutador fugiu para o México a bordo de uma lancha

Na ocasião, a rápida deportação dos lutadores pela Polícia Federal provocou críticas ao governo Lula por não ter concedido refúgio aos pugilistas. Lara, por sua vez, afirmou que a decisão de retornar a Cuba foi dele e de Rigondeaux.

- Não foi pelo governo brasileiro nem por ninguém. Já que as coisas deram errado, sabíamos que não poderíamos mais lutar lá (Cuba) - explicou.

Em Cuba, Lara teve o direito de lutar boxe cassado. Para praticar o esporte profissionalmente, o lutador precisou fugir para Cancun, no México. A viagem foi feita de lancha. De lá, seguiu de avião para a Alemanha. Lara já tinha contrato com a Arena Box Promotions.

- Não fui eu quem paguei (as viagens). Tudo foi feito pela Arena, pelo pessoal da minha agência, pelo grupo alemão - contou Lara.

Na reportagem levada ao ar pela TV Globo, o empresário Ahmet Oner e o promotor de lutas Ricardo Decubas, que teriam ajudado a custear as despesas, negaram a participação no caso.

- Vamos deixar bem claro: nós não ajudamos ninguém a sair de Cuba. Isso é um crime federal nos Estados Unidos. E a pena é de 20 anos de prisão. Não temos nada a ver com isso. Apenas promovemos lutadores - disse Decubas.

Hoje, Erislandy Lara vive com a mulher e o enteado em Miami, na Flórida. Tem carro de luxo e apartamento. A lei dos Estados Unidos prevê uma condição especial para os cubanos. Depois de pisar em solo americano, o imigrante não pode ser preso. Considerados em situação legal, eles recebem documentação.

Agora, o objetivo do pugilista é a disputa pelo título mundial. Como profissional, venceu as quatro lutas que disputou.

- Confio em mim. Tenho boa preparação técnica, juventude e creio que não devo ter problemas para disputar o título mundial - disse Lara, sem poder voltar a Cuba porque é considerado um desertor.

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